domingo, 9 de abril de 2017

Pela boca que ele tem

"Como pode né? Um beijo são só dois pedaços de pele se encostando e duas línguas se mexendo. Mas se esse beijo soubesse o estrago bom que tá fazendo aqui dentro... "

E ele só sorriu e me beijou.

Ele não sabia o que falar. Porque ele não é muito de falar mesmo.
E como eu falo demais...

É assim que é um sentimento de verdade, acho.
Já escrevi muito sobre as sensações de um começo e de um fim. E esse desenrolar, esse meio, esse recheio, esse nós, traz uma nostalgia boa do pertencer à um par.

Gostar da pessoa "pela boca que ela tem" é uma coisa tão fria. Nem parece sentimento.
Mas um "gosto daquele jeito que ele sorri quando me olha, na hora que chega, num dia que a gente nem sabia que ia se ver" arrepia. Misturado com aquele cabelo bagunçado e tudo o que a gente não combina, mas ri junto.... Caramba, isso é bom demais! Então a gente não pode aceitar um beijo que seja apenas dois pedaços de pele se encostando.

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