segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Drops #5

Às vezes eu queria que ponto fraco fosse só um ponto. Porque nem sempre é apenas um ponto. É uma pessoa, um cheiro, um sabor. Queria que fosse só um marco, uma abertura de nota. Uso tópico. Um encostar de tinta no papel. De uma ponta esferográfica. E que apagasse lentamente com a ação do tempo. Fraco. E ponto.

Drops #4

Eu não trocaria o que estou sentindo por não sentir. Por não saber como é me desmontar e me juntar inteirinha de novo, várias vezes. Eu não venderia esse sentimento, por mais valioso que seja. E também não guardaria. Inútil! Invisível. Sentimentos devem ser conhecidos, mesmo que não sejam reconhecidos. A gente perde tanto por ter medo...

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Poligonais

Uma reta é o menor caminho entre dois pontos. Dizem.
Se o caminho estiver livre, ótimo. Se não estiver, bom, aí não dá para traçar uma reta.
Tenha em mente o objetivo: o outro ponto. E caneta no papel (ou pés no chão). Faça um traçado preciso, nem tão leve que possa apagar facilmente, nem tão fundo que ultrapasse a pauta ou rasgue o caderno. Coloque todos os seus pedaços juntos, em marcha, até o outro ponto. Se precisar, não recuse apoio, uma régua, uma mão. Não refaça tantas vezes, o traço fica grosso, disforme e forçado. E não trace tantas retas. Se fechar um polígono, alguma coisa pode ficar presa. E ninguém quer ser refém. Ou fazer reféns.
Há ainda quem se interesse por curvas.
Há quem se encante por estrelas.
Há quem abomine geometria.
Mas a regra é clara.

Uma reta é o menor caminho entre dois pontos… que queiram se interligar.


Michael Bublé - Haven't met you yet

Drops #3

Não é de mim que você vai gostar de outro jeito. Não é a mim que você vai chamar por apelidos idiotas, puxar pelo braço para mostrar alguma coisa e, simplesmente me beijar, porque tudo que vale a pena já foi visto. E na corrente de ar que separa nossos corações. Tão perto e tão longe. A distância é tão subjetiva… e não opcional. Será que eu gosto de você ou apenas gosto de sofrer?