sábado, 26 de novembro de 2011

A origem




Quando a gente cria um mundo não quer dizer que o que vivemos não está bom.  O mundo que veio pronto é genérico e cada um é cada um. É como personalizar sua página no iGoogle.  Você escolhe cor, a disposição, o cenário, os ícones. Mas não escolhe o que vai aparecer nas atualizações.  E então, num passeio discreto em solo estrangeiro, encontramos um ser de outro mundo e criamos um novo mundo, detonando o nosso. Aí acontece uma coisa engraçada. Aquele mundo desaba. E as coisas só desabam quando a gente abandona. Passa um tempo, a gente não aguenta mais ver aquelas ruínas, o pó começa a fazer mal e o nível de feiúra e descuido da situação incomodam. Simplesmente não dá pra viver mais ali. Empacotar é o de menos, o problema é a ideia da mudança. Porque o caminhão só leva os bens materiais. E para onde? Sim, vamos para aquele mundo que você rejeitou no começo. Viver uma vida medíocre, sem sonhos. Qual o problema em construir um mundo novo, seu? Já fez isso antes, lembra? Pode demorar, mas pense na pintura nova e o cheiro de cimento fresco. E lembre-se de nunca mais demolir seu mundo quando resolver se aventurar em terras estrangeiras. Porque isso vai acontecer de novo.



domingo, 20 de novembro de 2011

'Sixters'


Quando uma pessoa é tão amiga, a gente chama de irmã. Engraçado porque quando uma irmã é tão legal, a gente chama de amiga. E no maior clichê, arrisco a dizer que só quem tem sabe como é bom! É uma saudade com choro gostoso. Não é vontade de ficar abraçada o tempo todo, mas saber que estão dormindo bem já te deixa mais tranquila. E como tem o poder de te magoar e te alegrar mais do que qualquer um no mundo! Não tem como fingir nenhum dos sentimentos que elas provocam. Céu e inferno dentro do mesmo frasco... e os melhores momentos que uma pessoa poderia ter. O pior e o melhor relacionamento e que, de alguma forma, escolhemos para a vida toda. Sentir suas emoções. Quando passa mal, quando está apaixonada. É o amor que não precisa de toque. É lembrar da mesma coisa e rir muito, só vocês. Saber que tem alguém ali torcendo por você. É isso.


Então tá, fica assim.


Não te procuro, você não me quer de nenhum jeito. Já entendi que nem tudo é perfeito. Não vou esperar parada. Porque assim o tempo passa devagar. Também não vou correr. Só se for pra sentir o vento brincando com os meus cabelos. Vou abusar do ritmo normal que as coisas deveriam ter tomado. Sem pressa, sem chá de cadeira. Se volta, não sei. Acho que não quero mais saber. Porque nesse meio tempo não fiquei menos inteligente, meus amigos ainda são os mesmo, aliás, ganhei mais alguns. Quero dizer, o mundo não mudou, eu que estava vendo tudo diferente. E todo mundo tentando me acordar.
Só vê se entende que eu não preciso do seu beijo, do seu abraço, do seu toque. Percebi que precisar é uma palavra muito forte. Eu preciso de oxigênio. E você me tira o ar. Ficar controlando as coisas que falo ou faço, imaginando o que você poderia dizer, isso eu não faço mais.
Eu só queria ser sua, sem regras.

domingo, 13 de novembro de 2011

Um conto de facas


Eu te amo, eu te quero, eu te dou a lua. A mentira já começa por aí. Quantas vezes a lua foi dada por príncipes ditos apaixonados? Quantas luas há no céu? O meu ponto de vista ‘’fairy tale total’’ diz que há um céu para cada casal apaixonado, com uma lua linda e vistosa, e dela. Ganhada pelo simples fato de merecer seu coração. Certo, mas em prol das garotas que tiveram a infelicidade de receberem em suas vidas, príncipes que viraram sapos, vou tentar colocar um pouco mais de amor e ódio aqui.

Atenção príncipes de todos os reinos. Viemos por meio desta, comunicar que já sacamos a de vocês e não sentimos muito por isso. É fato que o mundo é dos espertos e que sofremos durante séculos pela pura inocência de acreditar em suas promessas furadas. Acontece que, se pudéssemos escolher por quem nos apaixonaríamos tudo seriam mais fácil, mas como seres humanos que todos somos, se fosse fácil ninguém ia querer. Vamos acabar com seus cursinhos baratos e queimar suas apostilas de como conquistar garotas. Porque a receita ideal é aprender a manter. E sem máscaras. “Prazer, sou um sapo” já está de bom tamanho, com isso não esperaríamos um comportamento de príncipe. Então esqueçam os sorrisinhos gratuitos, apelidinhos bregas e aquela maldita “passassão” de mão no cabelo porque isso não vale nada se o que vocês querem comer mesmo são as moscas.

Vontade!


Um amigo disse certa vez, e depois repetiu em todas as vezes certas. “Dor gera poesia”. Então eu esperei doer, de novo. Porque sempre tem alguma coisa que vai fazer doer, mesmo que não estejamos esperando.
E então enquanto dói de um lado, nasce uma vontade do outro. Vontade de fazer parar, vontade de procurar outra coisa para tomar lugar.

E a vontade é a explicação para uma compra não planejada, para um beijo não esperado. Um querer livre, mas com foco. Desejo que invade, vontade!
Quando preguiçosa, é falta de vontade. Quando falta capricho, é má vontade. Quando esperançosa e sem cobranças, é boa vontade. Se súbita, é vontade de jogar tudo pro alto. Se insistente, é força de vontade.

E se nada te tenta, experimenta, comenta.
Fique à vontade!

domingo, 6 de novembro de 2011

Passing by


Passa das três.
O efeito do álcool passa.
É, agora, às vezes tem álcool dentro do meu copo. Dentro do meu corpo.
O sono passa.
Só não passa a vontade insana de te querer sempre perto.
Esses tempos sonhei com você e, aqui deitada na minha cama, pude sentir todas as coisas boas do mundo dentro de mim.
Ilusão.
Passado que vêm à minha cabeça em forma de você.
E que não me deixa ir, deixa ir, deixa ir...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A cabeça dói...


... e eu me sento mesmo assim para escrever. Algumas vezes escrevo para compartilhar, contudo, geralmente o motivo é mesmo de colocar pra fora o que estou sentindo e não devo sentir porque machuca demais.
E penso que deveria agradecer aos mortos pelo descanso que tive hoje. Por não ter que acordar cedo. Por descansar um dia, já que eles estão descansando todos os outros. Se eles não tivessem ido embora, hoje eu estaria trabalhando.
Humor negro à parte; confesso que odeio sequer pensar em morte. Não vou à velórios. Não insistam. Não é falta de respeito. Quero gente sorrindo e fazendo graça nas minhas lembranças, é direito meu. Eu perco a noção do tempo com a morte. Nunca sei quanto tempo faz que perdi as pessoas de vista. Mas sei que naquela festa, minha prima estava um arraso! E que nunca mais eu vou comer chokito com o mesmo gosto do que o meu avô trazia. As conversas sem noção do meu tio, que só ele entendia. E tantas outras coisas não serão iguais. Então porque desistir de tudo por alguém que não te ama? Tem tanta gente por aí. Diferente, pronto pra ser descoberto. E eu preciso tentar... pelo menos uma vez. Mesmo que vá contra tudo que tenho lutado até agora. Mesmo que eu tenha morrido pra você, você sempre vai viver dentro de mim.